'O Brasil não tem povo, tem público'
- novaordempolitica
- 18 de set. de 2014
- 2 min de leitura
Por Victor César
“O Brasil não tem povo, tem público”. Frase de Lima Barreto, famoso escritor brasileiro, durante a transição de monarquia para república no Brasil. Suas obras são reconhecidas por retratarem a realidade daquela época, realidade essa que existe até hoje no país. Com essa frase, ele demonstrava sua indignação a um país que havia se tornado uma república, mas que ainda tinha a cara da monarquia. Enquanto isso, o povo só ficou na plateia assistindo a uma peça famosa até os dias atuais.
Tiramos um rei, que só representava a si mesmo, e botamos partidos, que só defendem seus
próprios interesses, mas fingem trabalhar pelo povo. O rei fazia o que bem quisesse, hoje, os
políticos também, afinal tem toda uma legislação protegendo-os, podem roubar sem medo, não trabalhar nos dias úteis, praticar corrupção, nepotismo, clientelismo e por ai vai. No final, acaba em pizza, porque seus advogados vão protegê-los com o dinheiro do povo. E a plateia assiste parada, enquanto o país vai se atolando cada vez mais.
Este texto não se trata sobre PT, PSDB, PSOL, PV ou outros partidos, mas sim, sobre um outro “P”. De “puto da vida”, um garoto de 17 anos que não consegue ver um país melhor no futuro. Cansado dos políticos brasileiros. Cansado de ver que quando alguém vai pra rua lutar por seus direitos, seja através de quebra-quebra ou de maneira pacifica, tem sempre alguém em casa vendo o jornal e falando mal. Cansado dessa hipocrisia, afinal, essas mesmas pessoas reclamam de um governo que não representa ninguém.
Certamente não sou o único que pensa assim, como eu, há milhares que cansaram da palhaçada. Alguns de tão saturados preferem ignorar os problemas, mas até isso está difícil: se fulano vai assistir a um jogo de futebol, há protesto dos jogadores contra a corrupção nos grandes clubes; se fulano está no trânsito, tem que tomar cuidado com algum motorista em alta velocidade que pode matar sua família, depois o motorista ainda sairá livre, pois a impunidade reina no Brasil; se fulano vai andar na rua à noite, pode ser assaltado por um bandido que não teve educação e nem oportunidades de vida melhor, que fugiu para o crime por culpa de um governo que não investe em um futuro melhor.
Portanto, este texto é sobre nós que estamos sentados, devemos sair da plateia e subir no palco. Ninguém precisa ir a uma manifestação e levar tiro de borracha, só precisa participar mais, pode divulgar informações, ou conscientizar alguém, ou se inscrever em ONG's, ou assinar petições ou tantas outras opções. O que importa é lutar pelo que você acredita, por algo que irá trazer um país melhor para seus filhos, por um Brasil com menos dinheiro no bolso dos políticos e mais investimentos nas áreas certas. Pode ser uma utopia, mas aposto que se durante a monarquia você falasse para alguém que, um dia, o brasileiro teria direito de votar no líder do país e que poderia ter liberdade de expressão, ele também não iria acreditar.
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