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Cotas: o famoso jeitinho brasileiro

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    novaordempolitica
  • 31 de ago. de 2014
  • 2 min de leitura

Por Fernando Matielle

No ano de 2000, o governo brasileiro implantou um modelo de ação afirmativa: o sistema de cotas para entrada nas universidades. Segundo o Estado, as cotas foram criadas em alguns países para amenizar desigualdades sociais, econômicas e educacionais entre as etnias. Em uma pesquisa realizada pela ONG Educafro, em 2012, foi levantado que mais de 180 universidades estaduais e federais, além de faculdades e institutos de ensino tecnológico, oferecem algum tipo de política desse sistema a candidatos.

Uma das mais conhecidas é a cota racial. Esse sistema no Brasil não é beneficiado apenas pelos negros, algumas faculdades também destinam parte de suas vagas para candidatos pardos ou considerados descendentes de indígenas. De certo modo, o projeto governamental acaba gerando um novo tipo de preconceito em cima da tentativa de ‘’correção’’ do que essas etnias sofreram no passado. Por um lado, as cotas são prejudiciais para os indivíduos que as utilizam, já que os estigmatizam como sendo incompetentes e não merecedores do lugar que ocupam nas universidades.

Ainda que, o sistema de cota racial tenha sido implantado com o objetivo de amenizar desigualdades sociais, ele possui falhas que causam reações adversas a sua causa. Devido ao método de auto declaração, utilizado como critério de determinar a descendência do candidato, várias pessoas já perderam vagas ou empregos para concorrentes com menor pontuação ou qualificação, como no caso em 2007, em que gêmeos idênticos foram considerados de raças diferentes ao passarem por uma entrevista na UnB. Um pôde concorrer pelo sistema de cotas raciais, o outro não. Após repercussão na mídia, a UnB voltou atrás e considerou os dois irmãos como sendo negros.

Entretanto, as cotas raciais não são as únicas existentes. O sistema de cota social, também, representa grande parte do planejamento para amenizar as desigualdades sociais. Este abrange alunos que estudaram todo o ensino médio em escolas públicas, com direito 25% das vagas em todas as universidades e institutos federais. Essa atitude do governo sai como um tiro no próprio dedão, pois ao botar em prática um projeto que facilita a imersão de alunos da educação pública nas universidades, o estado passa a declarar que o nível educacional oferecido pelo país é insuficiente para passar em um exame de qualificação emitido pelo próprio.

Portanto, o modelo de ação afirmativa implantado pelo governo não se mostrou eficiente em relação aos objetivos almejados pelo cidadão no setor da educação. Haja vista que, a solução não será encontrada em novas iniciativas públicas e sim em melhorias no setor educacional brasileiro, com o objetivo de tornar o ensino público eficiente igualmente ás escolas particulares de melhor qualidade.

Fontes: Carta Capital, G1, .brasil.gov.br

 
 
 

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