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Bancada evangélica: acolhedora ou manipuladora?

Por Ilana Madeira

No Congresso Nacional, a bancada evangélica cresceu em quase 50% desde sua criação, em 2003. Com um enorme aumento de indivíduos nos cargos políticos, há a recuperação da capacidade de articulação e negociação dos temas de seus interesses no Congresso.

A população vem sendo utilizada como principal massa de manobra para a eleição desses políticos. Com o crescimento dessa religião, muitos fiéis creem e acabam doando seus votos para, principalmente, deputados e senadores evangélicos que se aproveitam da questão religiosa para conquistar a vitória.

Como exemplo, podemos citar Anthony Garotinho, da Igreja Presbiteriana, e Marcelo Crivella, da Universal, que lideram a disputa pelo governo do Rio de Janeiro nas eleições desse ano. Ambos, representam aquilo que a política tem de mais hediondo: o populismo e a mistura da fé com o mesmo.

Quando se encontram dentro do Planalto, os parlamentares evangélicos tentam influenciar a rotina nacional. De início, conquistam os dividendos para as igrejas, como isenção fiscal, obtenção de pedaços de ruas para construção de templos, - como o mais novo e maior templo religioso (Templo de Salomão) fundado pelo bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus -, instituição de leis que reconheçam a cultura evangélica e forçam a abertura do capital público para diversos eventos, fazendo com que sejam beneficiados pela postura religiosa tomada.

De acordo com o site ''Transparência Brasil'', da bancada evangélica, ''todos os deputados que a compõe respondem processos judiciais; 95% da referida bancada estão entre os mais faltosos; 87% da referida bancada estão entre os mais inexpressivos do DIAP e, na última década, não houve um só projeto de expressão, ou capaz de mudar a realidade do país, encabeçado por um parlamentar evangélico.'' Sem contar no escândalo que estavam envolvidos, conhecido como a Máfia das Sanguessugas, que em 2006, desviava emendas parlamentares e assim abastecia os bolsos de deputados e empresários. Foram implicados 23 integrantes do partido, levando a fragilidade da corporação na época.

Portanto, grupos tratantes como esses estão seccionados por uma parcela significativa do povo apenas por representarem seus interesses pessoas (no caso, interesses religiosos). Desse modo, a política brasileira continua sendo empurrada na mesma direção que segue há dezenas de anos: cada grupo social votando naqueles que os beneficiam exclusivamente. E, enquanto tal hábito durar, a população permanecerá sendo tratada como premissa particular, sem nunca poder chegar a uma conclusão geral.

Fonte: Diário do Rio, Carta Capital, Transparência Brasil

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